Por Jânsen
Leiros Jr.
“1 A fé é a certeza de que vamos
receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos
ver. 2
Foi pela fé que as
pessoas do passado conseguiram a aprovação de Deus.
3
É pela fé que
entendemos que o Universo foi criado pela palavra de Deus e que aquilo que pode
ser visto foi feito daquilo que não se vê.
4
Foi pela fé que Abel
ofereceu a Deus um sacrifício melhor do que o de Caim. Pela fé ele conseguiu a
aprovação de Deus como homem correto, tendo o próprio Deus aprovado as suas ofertas.
Por meio da sua fé, Abel, mesmo depois de morto, ainda fala.
5
Foi pela fé que
Enoque escapou da morte. Ele foi levado para Deus, e ninguém o encontrou porque
Deus mesmo o havia levado. As Escrituras Sagradas dizem que antes disso ele já
havia agradado a Deus. 6 Sem fé ninguém pode agradar a
Deus, porque quem vai a ele precisa crer que ele existe e que recompensa os que procuram
conhecê-lo melhor.”.
Hebreus 6:1-6 - NTLH
Vez por outra alguns amigos me
perguntam como eu poderia lhes explicar Deus. E o que pode parecer de imediato
um grande desafio, logo fica óbvio não ser nada difícil; é apenas impossível. Como explicar para alguém o
que não encontro explicação nem para mim mesmo?
Quando alguma coisa pode ser explicada ou comprovada, significa que tal coisa foi desvendada e que tudo que
se conjecturava antes sobre ela tornou-se óbvia, clara e inequívoca. Não há
mais quaisquer suposições, mas apenas observações tácitas e inquestionáveis.
Não me cabe mais crer ou não crer nessa coisa. A comprovação irrefutável,
portanto impositiva por vício de condição, retira de qualquer observador a liberdade
e a possibilidade da duvida, sob pena de ser considerado, esse mesmo observador,
um alienado da realidade e da obviedade do que é fato.
Por exemplo. Houve um tempo em que se
acreditava que a Terra era quadrada e que todo o universo orbitava em torno
dela. Essa crença durou milênios, até que o avanço dos estudos astronômicos,
auxiliados pela evolução do conhecimento geográfico e a oportuna expansão
marítima nos séculos XV e XVI, acabaram por derrubar esse entendimento
empírico, fortemente influenciado por diversos interesses que se conflitavam
com a possibilidade de ser diferente. O fato de a Terra ser redonda e que a
Terra girava em torno do sol e não o contrário, levou um bom tempo para ser
admitido pela totalidade das pessoas. E bem pode ser que durante muito tempo,
já na era moderna, alguém se mantivesse crendo no cubo terrestre ou coisa semelhante. Porém, desde a primeira foto da
terra tirada do espaço, tornou-se impossível
crer no contrário. Estava comprovado e, portanto, irremediavelmente imposto o
fato: a Terra é redonda.
Ora, sem fé é impossível agradar a Deus. E por quê? Porque a constatação
óbvia e irrefutável da sua existência, obrigaria
a humanidade inteira a crer n’Ele irremediavelmente. Sua existência seria fato e não fé.
A imposição do fato retiraria do ser humano a liberdade tanto para negar,
quanto para crer.
“Deus
é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade.”
João 4:24 - NTLH
“A
mensagem que Cristo nos deu e que anunciamos a vocês é esta: Deus é luz,
e não há nele nenhuma escuridão.”
1
João 1:5 – NTLH
“Quem
não ama não o conhece, pois Deus é amor.”
1 João 4:8 - NTLH
Crer na existência de Deus é,
portanto, atitude de um coração crente, confiante. Ora, se Deus é espírito,
é luz e é amor, então Ele não precisa ser e nem será jamais
comprovado; mas sentido. Eu não tenho como, nem devo me chegar a Ele por meio
de provas, mas antes pelo que percebo e confirmo no cotidiano da vida e de minhas
conclusões mais íntimas.
É claro que temos inúmeros textos
bíblicos que afirmam Sua existência, mas nenhum deles se presta a prová-lo
cientificamente. Os céus proclamam a
glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Salmo 19:1). Isso é a percepção do salmista, pois ele mesmo
não o viu realizando nada daquilo ou criando qualquer coisa. Ele, porém, não
duvida. E afirma, sem qualquer comprovação, não só que Deus existe, como ainda
o atribui características pessoais, afetivas e intelectuais, com base na
relação que estabelece com o próprio Deus. Inexplicavelmente ele apenas crê e
isso lhe basta.
Portanto, Deus não se explica, ainda
que se dê a conhecer. Nem se comprova, ainda que provemos do seu cuidado. Eu só
posso senti-lo. E esse sentimento explica, apenas, a minha devoção pessoal.
Que o Deus invisível que nos permite
crer sem que o tenhamos visto, nos faça conhecê-lo continuamente por aquilo que
sentimos e vivenciamos, dando-nos uma fé madura e inabalável.
Jânsen Leiros Jr. é poeta,
escritor, blogueiro, professor,
e graduando em Filosofia pela UERJ
e graduando em Filosofia pela UERJ
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